Sumário
ToggleDepois da água, o café é a bebida mais consumida no mundo. O Brasil é o maior país produtor do grão que representa tanto na nossa história e cultura.
Cultivo de café no Brasil
Nosso clima sempre foi favorável e o cultivo do café abundante foi, até então, uma de nossas marcas registradas. Não à toa, o setor é responsável pela geração de mais de 8 milhões de empregos no país e foi responsável por 2,8% das exportações totais realizadas em 2022.
Problemas ambientais futuros que podem atrapalhar no cultivo do nosso amado grão.
Mas, infelizmente, pesquisas apontam por meios de dados que até 2050, isso irá mudar. Na verdade, já tem mudado. As mudanças climáticas provocaram o aumento no preço do café, o que provavelmente tornará a bebida item de luxo. O café foi líder da inflação do setor alimentício. Torrado e moído, o grão atingiu o valor mais alto nos últimos 25 anos em 2022, após encerrar o ano de 2021 com aumento de 50,24% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Os períodos extensos de seca, o aumento das temperaturas médias das regiões cafeeiras, a maior evaporação da água de chuva, maior erosão do solo e maturação acelerada dos frutos podem afetar mais ainda tanto a qualidade quanto quantidade do produto. Afinal, o grão do café é pouco tolerante ao frio e também não suporta altas temperaturas. São necessárias graduações ideais para cultivo, que variam de 18° a 22°C e chuvas de 600 mm e 1500 mm/ano.
Uma pesquisa da Universidade de Vermont em 2017 investigou como o aumento da temperatura do planeta impactaria a produção de café e apontou que as áreas apropriadas para o cultivo do grão na América Latina podem ser reduzidas em até 88% em 2050. Com isso, a tendência é o aumento do preço nas prateleiras.
Perspectiva para o futuro do cultivo.
A perspectiva para as próximas décadas não é muito otimista também pelos aspectos socioeconômicos e políticos, que influenciam diretamente no mercado. Atualmente, a guerra na Ucrânia e a alta do preço do dólar são fatores relevantes para o disparo dos valores nas prateleiras. Mas acreditamos que com a mudança de mentalidade e comportamento individual e coletivo, será possível retardar ou diminuir os impactos ambientais presentes para um futuro viável. Afinal, café é bom demais para ser exclusividade.
As novas gerações apresentam uma conscientização para maior responsabilidade e equidade. As atitudes que temos em nosso consumo no dia a dia são as mesmas que gerarão as consequências em outras searas de nossas vidas. Para um produto chegar até nós, participamos indiretamente do seu processo. Portanto, no dia em que o café virar item de luxo, sua essência perderá o sentido. Café é gente, é trabalho, é combustível do povo. Que não nos falta empatia no paladar para não tornar a vida do outro sem sabor!